sexta-feira, janeiro 26, 2007

"Não sei lidar com este sentimento. Não sei lidar com esta impotência. Não posso fazer nada para lhe poder dar mais um beijinho, que dava tantos, ou para abraçar o seu pescoço grande e peludo. (...) Senti que enquanto o abraçava e chorava ele ainda me conseguía ouvir, de alguma forma. Eu que encarava a morte de uma forma matemática, química, só quis naquela altura sentir que ele estava em algum lado, não sei onde nem sob que forma. Que o Nardo ainda conseguía sentir que a partida dele era a pior coisa que me tinha acontecido na vida. (...) Envelheci e entristeci. Nunca mais serei o mesmo."
André, in "Mais uma Pessoa a Falar sobre Tudo e Nada"
Só quem na vida tem o privilégio de conhecer este tipo de amizade é que sabe...
Um grande beijinho para ti!
"Irina a essa hora começava a ficar silenciosa, quase triste, e em nós insinuava-se uma espécie de temor (...) porque sentíamos que era então que ela realmente se apossessava de nós ambos, e por mais loucas que fossem as coisas que ela nos levaria a fazer quando o seu círculo mágico se encerrasse aprisionando-nos, não seriam nada comparadas com o que ela estava agora a construir na sua fantasia, sem se deter perante nenhum excesso, na exploração dos sentidos, na exaltação mental, na crueldade. A verdade é que éramos todos muito jovens, demasiado jovens para tudo o que estávamos a viver; digo nós homens, porque Irina possuía a precocidade das mulheres do seu tipo, apesar de em idade ser a mais nova dos três, levava-nos a fazer tudo o que queria."

Italo Calvino, in "Se numa Noite de Inverno um Viajante"

sexta-feira, janeiro 19, 2007

"Susaninha se sair saia só. Sou só seu, Serafim Sá Sousa."
"... na primeira à direita e depois sempre em frente até de manhã..."

"Para onde vamos, daqui pr'ali ou pr'ali daqui?"

"Sabes lá tu quando é que começa a noite..."

in "Nunca Terra em vez de Peter Pan"

susaninha, susaninha...