sexta-feira, janeiro 26, 2007

"Irina a essa hora começava a ficar silenciosa, quase triste, e em nós insinuava-se uma espécie de temor (...) porque sentíamos que era então que ela realmente se apossessava de nós ambos, e por mais loucas que fossem as coisas que ela nos levaria a fazer quando o seu círculo mágico se encerrasse aprisionando-nos, não seriam nada comparadas com o que ela estava agora a construir na sua fantasia, sem se deter perante nenhum excesso, na exploração dos sentidos, na exaltação mental, na crueldade. A verdade é que éramos todos muito jovens, demasiado jovens para tudo o que estávamos a viver; digo nós homens, porque Irina possuía a precocidade das mulheres do seu tipo, apesar de em idade ser a mais nova dos três, levava-nos a fazer tudo o que queria."

Italo Calvino, in "Se numa Noite de Inverno um Viajante"

3 Comments:

Blogger blargh said...

"- A revolução não processa os sonhos, Irina Piperin - respondo-lhe.
- Nem nos salva dos pesadelos - rebate ela.
Valeriano intervém: - não sabia que já se conheciam.
- Encontrámo-nos num sonho - digo eu. - Estávamos a cair de uma ponte abaixo.
E ela: - Não. Cada um tem um sonho diferente."

4:20 da tarde  
Blogger susana said...

:) esse seria o outro excerto que teria escolhido... :)

11:02 da tarde  
Blogger blargh said...

;-)

11:10 da manhã  

Enviar um comentário

<< Home